São Bernardo dos Uberti nasceu por volta do ano 1060, em Florença, e pertencia à grande família dos Uberti. Renunciou a alguns planos seculares brilhantes para se tornar monge, ingressando no Mosteiro de San Salvi, da Congregação Valombrosana, onde emitiu a profissão monástica no ano de 1085, tornando-se Abade em 1091. Entre o ano de 1092 e 1093 tornou-se Abade Geral da congregação.

O Papa Urbano II o fez cardeal e lhe confiou alguns cargos de legado. Nessa época, Parma passava por grandes conturbações devido às cismas, causadas em primeiro lugar pelo Bispo Cavalo, que constituiu em antipapa, em seguida por outros bispos que apoiavam um outro antipapa, Gilberto de Ravena. Em meio a todos esses distúrbios, em 1106 foi nomeado Bispo de Parma e sagrado pelo Papa Pascal II, mas continuou vivendo como monge, promoveu com sucesso a restauração monástica e a fundação dos novos mosteiros Valombrosanos. Apoiou com todo zelo o verdadeiro Papa e as reformas promovidas por São Gregório VII, especialmente no que se relacionava à simonia, que corria desenfreada em sua diocese. Em razão disso, foi expulso de sua sede, pelos seguidores do antipapa Maginulfo, e capturado quando se encontrava no próprio altar, e permaneceu no exílio durante dois anos.

Numa época em que muitos bispos não só aceitavam, mas também procuravam o poder temporal, São Bernardo se destacava pela sua renúncia das benesses que haviam sido concedidas aos seus predecessores na sede de Parma.

Em 1127, quando os líderes dos Hohenstaufen proclamaram Conrado como rei, contra Lotário II, São Bernardo apresentou seu protesto contra tal decisão e se viu novamente forçado a abandonar a sede de Parma.

Após uma vida intensa, empenhada a serviço da Igreja, enfermo, morreu em Parma, em 4 de dezembro de 1133, e foi sepultado na cripta da catedral.