Frei Daniel da Samarate nasceu em San Macario di Samarate, Itália, em 15 de junho de 1876, recebendo o nome de Felice Rossini.

Em 14 de janeiro de 1890, ingressou no Seminário dos Frades Menores Capuchinhos em Sovere, Bérgamo. Ao entrar no noviciado, recebeu o nome de Frei Daniel da Samarate. Emitiu a primeira profissão religiosa em 24 de junho de 1892 e a profissão solene em 2 de julho de 1896. Sentindo-se chamado à vida missionária, em 8 de agosto de 1898 partiu para a missão no Brasil, recentemente confiada aos Capuchinhos da Lombardia.

Em Canindé, estado do Ceará, dedicou-se ao aprendizado do idioma e à continuidade dos estudos teológicos. Em 2 de outubro de 1898, foi ordenado diácono e, em 19 de março de 1899, sacerdote.

Posteriormente, foi enviado para a Colônia de Santo Antônio do Prata, no estado do Pará, onde desenvolveu seu apostolado de 1900 a 1913, dedicando-se principalmente à educação dos jovens indígenas e à atividade pastoral em geral. Como diretor, professor, ecônomo e superior dos frades, dedicou-se à formação espiritual, à promoção humana e à administração dos bens. Organizou a vida paroquial, com atenção especial aos pobres e aos que sofriam de lepra.

Em 1908, contraiu lepra. Em 1909, fez uma viagem à Itália em busca de terapias específicas, mas sem sucesso. Voltando ao Brasil, retomou suas atividades missionárias e pastorais. Em 1913, deixou a Colônia de Santo Antônio do Prata e foi para São Luís, no Maranhão. Ciente do avanço de sua doença, pediu e foi enviado, em 1914, para o leprosário do Tucunduba, em Belém, Pará, um ambiente difícil, marcado pela miséria e pelo abandono, esquecido em termos sociais, médicos e espirituais. Lá, dedicou-se a assistir humana e espiritualmente os leprosos, desenvolvendo um apostolado intenso e fecundo por cerca de dez anos, apesar dos sofrimentos progressivos causados pela doença.

Em 9 de maio de 1924, após receber o Viático, renovou sua profissão religiosa e pediu perdão aos irmãos. Faleceu em 19 de maio de 1924, em Belém. Em 23 de março de 2017, o Papa Francisco reconheceu suas virtudes heroicas, conferindo-lhe o título de Venerável.