A Bem-aventurada Clélia Merloni nasceu em Forli, na Itália, em 10 de março de 1861. À medida que crescia, se sentia sempre mais atraída para a oração e a intimidade com Deus do que para a vida social da elite ou administrar os negócios da família, conforme o desejo do seu pai.

Mulher inteligente, dotada de muitas qualidades, respondeu com grande generosidade ao chamado de Deus, consagrando-se totalmente ao Senhor na vida consagrada.

Em 30 de maio de 1894, fundou o Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, colocando a serviço dos mais necessitados e marginalizados todo o seu potencial carismático, suas energias, seu zelo apostólico e a considerável herança deixada por seu pai.

Infelizmente, a expansão resultante de suas obras foi abruptamente interrompida após três anos, quando o padre que administrou as finanças fugiu para a França. A falência forçou as Apóstolas a abandonar suas inúmeras obras.

Madre Clélia conheceu São João Batista Scalabrini, Bispo de Piacenza, que ajudou as irmãs a saírem dessa delicada situação em que se encontravam. Apesar da alegria de sua consagração, bem como do sucesso ministerial que resultou da colaboração com o Bispo Scalabrini, a luta interna crescia entre as irmãs. Dois grupos distintos se formaram na mesma congregação – aqueles que queriam permanecer com o carisma fundacional e aquelas que se inclinavam para o da congregação do bispo. Ela já não era consultada sobre questões relativas à governança da Congregação, o título do Instituto foi alterado e foram publicadas novas Constituições. Em 28 de fevereiro de 1904, por decreto do Vaticano, Madre Clélia perdeu o título de Superiora Geral.

Sozinha e considerando-se um obstáculo para a paz da comunidade, decidiu deixar o Instituto que havia fundado em vez de vê-lo despedaçado por discórdia. Porém, ela aceitou tudo com amor e por amor ao Sagrado Coração de Jesus, ao qual dedicara toda a sua vida. Faleceu em Roma, em 21 de novembro de 1930.