São Bartolomeu era um dos doze chamados ao apostolado por Jesus Cristo em pessoa. Diversos intérpretes eruditos das Sagradas Escrituras consideram que esse apóstolo seja o mesmo Natanael, um nativo de Caná, na Galiléia, doutor da lei judaica, e um dos 72 discípulos de Cristo, a quem foi conduzido por São Filipe, e cuja inocência e simplicidade de coração mereceram ser celebradas com o mais elevado panegírico pelos divinos lábios de Nosso Redentor: “Verdadeiro israelita, isento de fraude” (Jo 1,45-51), que passou de um ceticismo irônico, quase ofensivo: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?”, a um ardente ato de fé: “Mestre, tu és o Filho de Deus, és o Rei de Israel!”.

Ele é mencionado entre os discípulos que se reuniram em oração após a ascensão de Cristo (At 1,13) e recebeu o Espírito Santo com os demais. Sendo eminentemente qualificado pela graça divina a cumprir com as funções de apóstolo, levou o Evangelho aos países mais bárbaros do Oriente, penetrando até as mais remotas Índias. Então retornou para a região noroeste da Ásia, e lá encontrou São Filipe, em Hierápolis, na Frígia. Dali partiu para a Licônia, onde instruiu o povo na fé cristã; mas desconhecemos sequer os nomes de muitas das nações onde pregou.

A última retirada de São Bartolomeu foi para a Grande Armênia, onde, pregando em um local obstinadamente devotado ao culto dos ídolos, recebeu a coroa do glorioso martírio. Os historiadores gregos modernos dizem que ele foi condenado pelo governador de Albanópolis a ser crucificado. Outros afirmam que ele foi esfolado vivo, o que bem condiz com sua crucifixão, estando essa dupla punição em uso não apenas no Egito, como também entre os persas naquela época.