São Gregório VII era de família humilde e nasceu na Toscana. Chamava-se Hildebrando e foi educado em Roma. Dali, partiu para a França e se tornou monge Beneditino em Cluny. Depois voltou a Roma e por muitos anos preencheu altos postos da Santa Sé. Três grandes males então afligiam a Igreja: a simonia, o concubinato e o costume de receber investiduras de mãos leigas. Jamais deixou de lutar contra essas três corrupções. Como legado de Vítor II, realizou um concílio em Lyon, onde se condenou a simonia.

Ao ser eleito Papa, em 1073, tomou o nome de Gregório VII. Imediatamente convocou os pastores do mundo católico a que preferissem entregar suas vidas antes de trair as leis de Deus ao bel-prazer dos príncipes. Roma se encontrava em rebelião por causa da ambição dos Cenci. Gregório VII os excomungou. No Natal, em plena Missa do Galo, eles investiram contra o Papa e o jogaram na prisão. No dia seguinte, foi resgatado pelos fiéis.

Em seguida sobreveio o conflito com Henrique IV, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Este monarca, após abertamente recair em simonia, teve a pretensão de depor o Papa, e Gregório VII o excomungou. Como os súditos do imperador se voltassem contra ele, enfim acabou indo buscar a absolvição de Gregório VII, em Canossa. Mas não perseverou: instaurou um antipapa e impôs um cerco a Gregório VII no castelo de Santo Ângelo. O Pontífice, já em idade avançada, foi obrigado a fugir, e a 25 de maio de 1085, com cerca de 72 anos de vida e 25 de pontificado, conquistou enfim seu descanso. Suas últimas palavras foram cheias de sabedoria e paciência divina. Morrendo, disse: “Tive amor pela justiça e ódio pela iniquidade; assim, morro em exílio”. Seu fiel assistente respondeu: “Vigário de Cristo, em exílio jamais vos podereis encontrar, pois a vós Deus legou como herança os gentios e os confins últimos da terra”.