29 de dezembro
São Tomás Becket, Bispo e Mártir
(1117-1170)

Na corte da Inglaterra, o drama dos Santos João Fisher e Tomás More, sob Henrique VIII, tivera, quatro séculos antes, um ilustre precedente, sob Henrique II, na pessoa de um heroico arcebispo, São Tomás Becket.

Nascido em Southwark, Inglaterra, em 1117, na juventude esteve ligado a Teobaldo, Arcebispo de Cantuária, que o enviou a Paris e Bolonha para estudar Direito. Tornou-se Arquidiácono de Cantuária, e depois Lorde Chanceler da Inglaterra; e em 1160, quando morreu o Arcebispo Teobaldo, o rei insistiu na consagração de São Tomás em seu lugar. Ele recusou, alertando o rei de que, daquela hora em diante, a amizade entre ambos se romperia. No fim, ele cedeu e foi consagrado.

Imediatamente, teve início o conflito; São Tomás resistia às práticas reais, que violavam as liberdades da Igreja e as leis do reino. O rei sentiu-se traído por não contar mais com os préstimos de São Tomás Becket e especialmente por ele se colocar ao lado do Papa e contra as suas posições de monarca. São Tomás teve, então, de fugir para a França, buscando proteção junto a Luís VII. Os seus bens foram confiscados, os parentes prosseguidos, mas em obediência ao Papa, retornou à sua sede episcopal.

No dia 29 de dezembro de 1170, quando se iniciava o ofício das vésperas, quatro cavaleiros invadiram a catedral, gritando: “Onde está o arcebispo? Onde está o traidor?”. Os monges fugiram, e São Tomás poderia também facilmente ter escapado. Porém, deu um passo adiante, dizendo: “Eis-me aqui – não traidor, mas arcebispo. O que quereis?”. “Tua vida”, exclamaram. “Dou-a com prazer” foi a resposta; e curvando a cabeça, o invencível mártir foi despedaçado até que sua alma partiu para Deus.

Seis meses depois, Henrique II se submeteu a ser açoitado em público e restaurou à Igreja seus plenos direitos.

 

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