3 de julho
São Tomé, Apóstolo

Tomé significa em aramaico “gêmeo”; por isso João lhe dá o nome grego “Dídimo” (Jo 11,16; 20,24). Os sinóticos limitam-se a mencionar Tomé no elenco dos apóstolos (Mt 10,3; At 1,13), ao passo que João, cujo evangelho elucida diversos modos de “conhecimento” ou de “não aceitação” da mensagem de Cristo, parece dar grande importância às suas reações na vida cotidiana dos apóstolos. Considera, por isso, Tomé como um símbolo da incredulidade deles: Tomé percebe de imediato as dificuldades e perigos de uma viagem a Jerusalém, mas não apreende o seu profundo (Jo 11,16); com seu realismo, não se entusiasma com as perspectivas do sermão do Senhor durante a última Ceia (Jo 14,1-6).

Após a ressurreição, pretende um conhecimento experimental e “carnal” do Cristo, quando se tratava de conhecimento “espiritual” de fé (Jo 20,25-29). Alguns dias depois, porém, encontra-se de novo no meio dos discípulos que haviam reconhecido o Cristo ressuscitado, e o seu reconhecimento de Jesus torna-se comovida profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20,28).

A vida de Tomé é um longo itinerário que parte do realismo humano e vai ao conhecimento no Espírito. Não se conhecem as circunstâncias da obra de Tomé após Pentecostes. Parece que ele tenha ido para fora das fronteiras do império romano, em direção à Pérsia e Índia (tradição medieval).

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