São Raimundo Nonato nasceu em Portel, na Catalunha, Espanha, por volta de 1200. Foi chamado “nonato” (não nascido) porque foi extraído das entranhas de sua mãe já morta. Filho de família nobre, durante a infância, parecia sentir prazer apenas nas devoções e tarefas de gente adulta. Seu pai, percebendo nele uma inclinação para a vida religiosa, tirou-o da escola e o enviou para cuidar de uma fazenda que possuía no interior. Raimundo prontamente obedeceu e, para aproveitar a oportunidade da santa solidão, vigiava ele próprio as ovelhas, passando seu tempo nas montanhas e florestas em santa meditação e oração.

Algum tempo depois, ingressou na recém-fundada Ordem de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos, e foi admitido à sua profissão em Barcelona pelo santo fundador, São Pedro Nolasco. Logo depois, dedicou-se aos estudos eclesiásticos. Aos 22 anos de idade, foi ordenado sacerdote, em Barcelona e, a partir daí, amadureceu em seu coração o desejo de viver o carisma Mercedário em plenitude, doando sua vida pela libertação dos cristãos feitos escravos pelos mulçumanos. Em 1226 chegou à Argélia com uma considerável soma de dinheiro, onde comprou, a liberdade de um grande número de escravos.

Quando se esgotou todo seu tesouro, entregou-se como refém pelo resgate de outros cativos. Este magnânimo sacrifício serviu apenas para exaltar os maometanos, os quais o trataram com rara barbárie. Para impedir que ele continuasse denunciando as injustiças e proclamando o Evangelho da libertação, seus perseguidores furaram a ferro quente os seus lábios e os trancaram com um cadeado. Finalmente foi resgatado, e com a saúde abatida regressou à Espanha. Sua fama de santidade já havia se espalhado, e as pessoas se maravilhavam com a doçura e serenidade que o envolvia apesar de toda debilidade do corpo. O Papa Gregório IX o fez cardeal e seu conselheiro particular.

Em 1240, veio a falecer em Cardona, nas proximidades de Barcelona. Pela sua difícil vinda ao mundo, é invocado como o protetor das parturientes e das parteiras.