Brasão

A Academia Brasileira de Hagiologia – ABRHAGI adotará um Brasão, que constará de uma coroa de louros verde aberta, contendo unindo os dois ramalhetes a Cruz de Malta, tendo por pano de fundo as letras iniciais e terminais do alfabeto grego, ou seja, Alfa e Ômega, dentro de um círculo perpassado por uma Cruz incolor, e no entorno da coroa de louros, a denominação completa da academia: Academia Brasileira de Hagiologia.

 

Dos Símbolos

 
Coroa de louros

O louro representa a imortalidade presente em toda academia e está associado à conquista, à luta e ao triunfo. A coroa de louro é dada aos vencedores das maratonas, desde a antiguidade até os nossos dias. Biblicamente na epístola de Tiago 1,12, encontramos a seguinte referência: “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa – louro da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que O amam.” Sendo o objetivo de nossa Academia estudar os santos, foram eles por excelência aqueles que sofreram tentações, delas se desvencilhando e, por conseguinte, recebendo “a coroa – louro da vida.”

Cruz

Durante muito tempo, a Cruz, representou a forma mais terrível de penalidade a um criminoso, em Roma e territórios ocupados, mas, Cristo deu-lhe nova dimensão: “E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus.” (Col 1,20). “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (1Cor 1,18). A partir do Conselho de Nicea em 325 d.C, Constantino decretou a Cruz como símbolo oficial do cristianismo, mas muito antes ela já o era, como demonstra a leitura de Gálatas 6,12: “… somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo.” No mesmo livro sagrado, capítulo 6,14, lemos: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” A Cruz se tornou símbolo primordial da fé católica e é uma séria declaração de fé. Ao entrar numa Igreja cristã, dificilmente nosso olhar deixará de repousar sobre uma Cruz. É como se o próprio DEUS estivesse falando de seu significado, numa linguagem silenciosa, às mentes e corações de pessoas que buscam uma comunhão sincera com o eterno. Inscrita num círculo, a Cruz acentua simbolicamente a relação entre o céu e a terra e se constitui símbolo do equilíbrio entre a atividade e passividade do ser humano perfeito. A Cruz de Malta, também conhecida como Cruz de São João é o emblema da Ordem dos Cavaleiros de São João, da Ilha de Malta. É também muito usada em condecorações.

Alfa e Ômega

As letras iniciais e terminais do alfabeto grego, simbolizando o princípio e o fim, conforme o Apocalipse 22,13: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro”.

 

Das Cores


Verde

Cor do reino vegetal, da vida, da esperança, da imortalidade e, também, a cor usada na liturgia em memória dos apóstolos, santos e no tempo comum. Na Idade Média, os artistas pintavam a cruz de Cristo na cor verde, representando a esperança, renovação e, ainda, o regresso da humanidade ao paraíso. O Salmo 52,8 assim fala dessa cor: “Mas eu sou como a oliveira verde na casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para sempre, eternamente”. A esperança se reflete no trecho de Jeremias 17,8: “Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.”

 

Vermelho

Cor da vida, do sangue, do amor. Na simbologia cristã, recorda o martírio, o sangue derramado pelos mártires e, ainda, as vestes dos cardeais. Biblicamente no Antigo Testamento se alude ao “mar vermelho”, o qual se abriu a pedido de Moisés para que o povo hebreu se encaminhasse à terra prometida. “Pela fé passaram o Mar Vermelho, como por terra seca; o que intentando os egípcios, se afogaram” (Hebreus 11, 29). Foi vermelho também o sinal feito nas habitações do povo de Deus, eis que usaram o sangue do cordeiro, para que não recebessem uma das pragas que recaíram sobre o Egito. “E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem” (Ex 12,7). “E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.” (Ex 12,13). O Sangue derramado pelo Filho de Deus representou a redenção: “Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26,28. Mc 14,24). Antes de seu sacrifício, Jesus “tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós” (Lc 22,20). No Horto das Oliveiras, Jesus “posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão” (Lc 22,44). “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 54). “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?”, lemos em Hebreus 9,14. “Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados” (Apo 1,5). Uma referência clara ao sangue dos mártires é vista em Lucas 11,50: “Para que desta geração seja requerido o sangue de todos os profetas que, desde a fundação do mundo, foi derramado”. Em Apocalipse 12,11 lemos: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte”.


O Brasão foi idealizado por José Luís Lira, e teve o projeto gráfico do designer Roger Oliveira.

Fortaleza, 14 de janeiro de 2005.

 

José Luís Araújo Lira
Fundador – Escritor e Advogado