9 de novembro
Dedicação da Basílica de Latrão

O palácio do Latrão, propriedade da família imperial, tornou-se no século IV, habitação particular do Papa. A basílica adjacente, dedicada ao Divino Salvador, foi a primeira catedral do mundo: aí se celebravam especialmente os batismos na noite de Páscoa. Mais tarde dedicada também aos dois Santos João, Batista e Evangelista, foi por muito tempo considerada a Igreja-mãe de Roma, e nela se realizaram as sessões de cinco grandes Concílios Ecumênicos.

Unindo-se hoje à Igreja de Roma, as Igrejas de todo o mundo lhe reconhecem a “presidência da caridade”, de que já falava santo Inácio de Antioquia. Analogamente sucede na festa da Consagração da igreja catedral de cada diocese, à qual estão “ligadas” todas as paróquias e comunidades que dela dependem. Todo edifício-igreja é consagrado a Deus, e pretende exaltá-lo por um “mistério da salvação” ou pelas maravilhas operadas nos anjos, em Maria ou nos santos. A sigla D.O.M. (“Deo optimo máximo” = a Deus boníssimo e excelso) domina o frontão dos edifícios sagrados. Esta é uma festa do “Senhor!”. O Verbo, fazendo-se carne, armou a sua tenda entre nós (cf Jo 1,14). Cristo ressuscitado está presente em sua Igreja: é dela a Cabeça. As igrejas de pedra ou tijolos são um sinal dessa presença de Cristo; é ele que aí fala, dá-se em alimento, preside a comunidade reunida em oração, “permanece” conosco para sempre (SC 7).

O cenáculo, a igreja doméstica, as basílicas paleocristãs, as catedrais medievais, os edifícios sacros da renascença ou do barroco, as arquiteturas religiosas modernas são sempre “qualificadas segundo a dimensão do homem”: em todos os tempos a comunidade projetou na estrutura de seus edifícios a imagem que tem de si mesma. Às vezes a imagem de Igreja resulta bastante velada. Contudo, jamais faltaram as pedras vivas para a construção do templo espiritual do qual o Ressuscitado é a pedra angular (cf 1Pd 2,49).

As imagens de Maria e dos Santos, suas relíquias, com as quais costumamos cercar nossas “eucaristias”, têm a função de lembrar-nos que a condição privilegiada para toda oração é a comunidade.

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