Todos os calendários litúrgicos orientais incluem esta Festa. No ano litúrgico, que se desenvolve segundo a narração cronológica dos fatos evangélicos, o relato do “morticínio dos inocentes” (Mt 2,13-18) encontrou sua posição lógica ao lado do mistério do Natal.
Herodes, que reinava na Judéia à época do nascimento do Salvador, ao ouvir que os magos haviam vindo do Oriente para Jerusalém em busca do Rei dos Judeus, ficou em extremo perturbado. Convocou os príncipes dos sacerdotes e, recebendo a notícia de que Cristo nasceria em Belém, disse aos magos: “Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo” (Mt 2,8). Porém, tendo Deus os alertado em sonho para que não retornassem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho. São José também recebeu em seus sonhos a ordem de tomar o Menino e Sua Mãe e fugir para o Egito.
Quando Herodes descobriu que os magos não retornariam, ficou furioso e ordenou que toda criança do sexo masculino em Belém e arredores, de até dois anos de idade, fosse massacrada. Essas vítimas inocentes foram as flores e primícias dos mártires do Senhor, e triunfaram sobre o mundo, sem jamais tê-lo conhecido ou experimentado os seus perigos.
A Festa e o culto dos Santos Inocentes lembram-nos que o martírio, antes de ser uma homenagem do homem a seu Deus, é uma graça, um dom gratuito do Senhor. Louvar a Deus pelo sangue de crianças inocentes deixa de parecer um absurdo para quem sabe contemplar na fé o Cordeiro, Jesus Cristo, vencedor de todo mal.
Os primeiros capítulos do Evangelho de Mateus sublinham um de seus temas principais: apresentar Cristo como o novo Moisés, que tem o direito de discutir a lei e dispensar dela os seus discípulos. Por isto, Mateus escolhe as tradições da infância de Jesus que estabelecem um paralelo entre ele e Moisés. O nascimento de ambos coincide com um morticínio de meninos hebreus (Ex 1,8-2,10 e Mt 2,13-18), ambos vão ao Egito (Ex 3,10 e Mt 2,13-14), ambos realizam a palavra: “do Egito chamei meu filho” (Mt 2,15; Os 11,1; Ex 12,37-42).
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