Paulo Francisco Danei nasceu em Ovada, Piemonte (Itália), em 1694, de família duramente provada. Aos 19 anos, alistou-se como voluntário numa cruzada contra os turcos, na esperança de morrer pela fé. Frustrou-se, entretanto, ao descobrir que aquilo nada tinha a ver com o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo.

Uma voz vinda do tabernáculo o alertou que devia servir apenas a Cristo, e que devia fundar uma congregação em sua honra. Aos 26 anos tornou-se penitente, vestindo um hábito preto com as insígnias do grupo religioso: um coração com uma cruz em cima, três pregos e o monograma de Cristo. Reunindo em torno de si alguns companheiros, e retirou-se a um monte para levar vida eremítica. Nos dias de festa iam às aldeias, a pregar especialmente a Paixão de Jesus Cristo. Deram início a um estilo de vida austero, que se resumia em meditar a Paixão, identificar-se com o Cristo Servo Sofredor e pregar ao povo o mistério da Paixão e Morte de Jesus, a Congregação dos Clérigos Descalços da Santa Cruz e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, Passionistas, como são popularmente conhecidos. À congregação masculina logo agregou-se a feminina.

O Papa Bento XIII concedeu-lhes a licença de erigir a congregação e ordenou presbíteros os dois irmãos. A Regra inicial, escrita por São Paulo da Cruz, era muito rígida. São Paulo, que era prestigiado por bispos e papas (em particular por Clemente XIV, que se incluía entre os seus filhos espirituais), teve de mitigar um pouco a antiga Regra dos Passionistas para obter a aprovação eclesiástica definitiva.

Grande místico, observou até à extrema velhice uma candura que faz o encanto de seus escritos. Como diretor espiritual, infundia confiança e coragem. Morreu em Roma no dia 18 de outubro de 1775, enquanto recitavam-lhe a Paixão.